A relação entre a citometria de fluxo e o Nobel de fisiologia e medicina de 2025
- Guilherme Cebinelli

- 31 de out.
- 1 min de leitura
O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2025 foi concedido a Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi “por suas descobertas sobre a tolerância imune periférica” (NobelPrize.org).
Eles identificaram um grupo de células do sistema imunológico, chamadas células T reguladoras (ou Tregs), que apresentam um papel crucial em controlar o sistema imune para que não ataque tecidos saudáveis do próprio organismo, o que pode levar a doenças autoimunes.
Entre as descobertas centrais:
1. Sakaguchi identificou, em 1995. que além da tolerância central (eliminação de células T autorreativas ainda no timo), existe um mecanismo periférico que regula respostas autoimunes — e que essas células T reguladoras são parte desse sistema de controle.
2. Brunkow e Ramsdell demonstraram que o gene Foxp3 é um marcador essencial para o desenvolvimento dessas Tregs. Mutação em Foxp3 causa doenças autoimunes severas, como a sindrome IPEX.
A citometria de fluxo foi essencial para identificar e caracterizar as células T reguladoras.
Sakagushi, nos seus primeiros artigos publicados sobre Tregs (1995 e 2001) utilizava um painel de 2 cores (FITC e PE) para marcar CD25 e marcadores de linfócitos T, como CD5, CD4 e CD8 (Figura 1).
É muito interessante observar o quanto um painel de duas cores contribuiu com o desenvolvimento da ciência mundial. Além disso, é muito apavoroso ver que em 30 anos expandimos um painel de 2 cores para a possibilidade de utilizar 50 cores ou mais.





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